terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estou-me nas tintas para a originalidade... por isso continuo a copiar


Até dá raiva
Sou o primeiro a saber que estou farto de usar esta técnica de estampar aqui um recorte de jornal para reavivar um problema e para refrescar memórias entretanto enevoadas ou pela falta de informação ou pela passagem do tempo. E, como não ando cá propriamente para ser original todas as semanas, não desisto. E, assim, sobre esta chamada de primeira página do Público de hoje que remete para duas páginas inteiras no interior, só quero dizer aos leitores que, se estivesse com vida e disposição para rato de biblioteca, podia já de seguida oferecer-lhes centenas de citações de afirmações ou tomadas de posição do PCP posteriores ao 25 de Abril alertando para este sério problema. E também podia oferecer-lhes dezenas e dezenas de declarações dos responsáveis pela política que temos tido a responderem ao PCP coisas do género: «Mas qual produção nacional de alimentos e qual soberania alimentar, qual carapuça ! Vocês pararam no tempo, não percebem que sai muito mais barato importá-los do estrangeiro !». Agora, no ano da graça de 2011, o Público diz-nos que é «uma vulnerabilidade». Como sempre, já se sabe o destino da culpa: morrer solteira.
(V. Dias in "O Tempo das Cerejas")

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