sábado, 24 de julho de 2010

NOTAS DE CONTENTAMENTO PESSOAL

Têm sido muitas as vezes que aqui dou nota de acontecimentos ou notícias que me entristecem. Algumas delas relacionam-se com os familiares mais directos. Hoje, fico-me por duas notas que muito me alegraram: a ida do Manel para o Departamento de Marketing da SEAT; a boa disposição e a relativa disponibilidade física dos meus pais, com quem estive hoje.

Ouço as declarações de governantes e apoios... passo a citar

Dificuldade de governar


Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar.
Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente.
Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra.
E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.


E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica.
Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses:
Quem, de outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados?
E que seria da propriedade rural sem o proprietário rural?

Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.


Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.

Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.


Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?


Bertolt Brecht

(Tradução de Arnaldo Saraiva)

domingo, 18 de julho de 2010

AO PAI ANIVERSARIANTE

Já são oitenta e um. Uma idade a que não pensaste chegar. A tua saúde já não te permite fazer grandes festas. Com todos os teus defeitos e erros (bem menores do que os meus) podes considerar-te um homem feliz pelo que conseguiste. Assim, os descendentes – quatro filhos, oito netos e já três bisnetos, saibam honrar o teu exemplo. Para ti e para a mãe, um Beijo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tenho as horas contadas

Troquei de telemóvel. Uma oferta que agradeço e facilita-me a vida, pois passei a ter no mesmo equipamento o contacto pessoal e o profissional. Aproveitei, quando das tarefas de personalização, para colocar no display a imagem de uma ampulheta.

Foi de propósito. Assim estou sempre a ser “lembrado” de que não tenho tempo para fazer tudo o que devo. Em consequência, tenho de gerir melhor a minha actividade. Haja saúde e energia!

domingo, 11 de julho de 2010

Copo bem cheio

O acontecimento era de carácter religioso. Logo de seguida vieram os aspectos mais mundanos, como o diálogo e o convívio. Foi nesta fase que me correu melhor o sábado, que foi dia de baptizado da minha neta, a Isabel.

Enquanto que a grande maioria dos convidados presenteou a criança que, com o seu mês e meio de vida, não deu por nada apesar dos muitos beijos, dos muitos elogios e das muitas roupas e brindes... eu, avô babado, parece que fui o único que levei prendas para os manos da Isabel, os meus netos Pedro e João.

Um simples helicópetro colorido para montar e uma pequena imitação de microscópio, manifestações materiais do carinho que sempre lhes dedico, fizeram com que subisse às estrelas, tanto foi o meu prazer pela atenção que os meus netos me dedicaram.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

.... e o copo começava a encher

Quando já tinha ultrapassado alguns condicionalismos e começava a andar satisfeito com as minhas actividades, aparece uma notícia que me doeu. Assim como um dos meus filhos me comunicou que sofre com os meus maus momentos... também eu sofro com os precalços dos meus filhos. Apenas me resta dizer, força Manel!, levanta-te e começa de novo. É o que vou fazer por ti, pelo Pedro e pelos putos (netos).

sábado, 3 de julho de 2010

Copo meio vazio

Há momentos assim. Parece que tudo nos cai em cima. Por mais que se faça não encontramos satisfação, nem força anímica e concentração para dar a volta por cima. Os problemas profissionais avolumamn-se. Nem aos empurrões as actividades sociais conseguem atingir os objectivos. Cada vez vejo mais coisas para fazer e estou cada vez mais isolado. Até aqueles em quem se aposta, estão a falhar. Luz ao fundo do túnel... está a apagar-se! (O engraçado é que tenho estado sempre a mexer...)