sábado, 31 de outubro de 2009

NÃO QUERO ENSINAR NADA, MAS TEMOS MUITO A APRENDER UNS COM OS OUTROS


A participação livre, sadia e empenhada em estruturas sociais e políticas obriga a alguns princípios. Entre eles marcar presença regular, estar aberto a ouvir, respeitar as dinâmicas instaladas, fazer propostas e emitir opiniões. E, também, aceitar e incentivar a participação de todos.

Escrevo estas linhas, não vá alguém um dia referir a minha complacência com certas práticas destes dias por parte de estruturas por onde costumo andar.

UMA OPORTUNIDADE PERDIDA

Recebi há pouco um mail do meu filho mais velho dizendo que se estava a preparar para rumar de Lisboa a Braga. Vai ver o jogo na "cidade dos arcebispos". Há muitos anos que o Manel acompanha o seu clube do coração. Mas estas deslocações agora, com a sucessão de jogos espectaculares, têm outro sabor. Com ele deslocam-se uma série de amigos. Até a Patrícia, a namorada.

Foi assim que sucedeu há quinze dias quando o Benfica defrontou o Monsanto em Torres Novas. Fomos todos ver o jogo. Por volta das 8 da noite, termina o jogo com o Monsanto derrotado por uma meia dúzia de golos. Naturalmente, que a essa hora se procurasse jantar. Éramos nove e fomos de restaurante em restaurante e só à quarta tentativa encontrámos um aberto. Estava cheio e demorámos a ser atendidos.

Com milhares e milhares de visitantes, a hotelaria torrejana parece ter perdido uma oportunidade de facturar e divulgar a sua actividade. É que não há acontecimentos destes todos os anos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SEM COMENTÁRIOS! (artigo do DN 22.10.2009)

Mais de 100 mil fazem horas extras não pagas
Dados apurados através do inquérito do Instituto Nacional de Estatística: a maioria dos trabalhadores não denuncia as situações e a Autoridade para as Condições de Trabalho admite dificuldades na sanção às empresas

Trabalha dez horas por dia, cinco dias por semana, não recebe por isenção de horário, mas nunca viu uma folha de registo de horas extraordinárias. Maria (nome fictício), administrativa num banco que emprega milhares de trabalhadores em Portugal, entra às nove da manhã e nunca sai antes das sete da tarde, porque depois do fecho da sala de mercados ainda" há muito trabalho a fazer."

"É uma obrigação. Se sair uma hora depois do horário chamam--me a atenção porque saí cedo." Ao fim de dez anos na banca, ganha 950 euros por mês.

Como Maria há mais 113 mil trabalhadores por conta de outrem em Portugal que afirmam realizar horas extraordinárias não remuneradas, revelam os dados solicitados ao Instituto Nacional de Estatística.

A informação apurada no último inquérito ao emprego, referente ao segundo trimestre deste ano, revela que aumentou ligeiramente o número de trabalhadores que dizem estar nesta situação face ao ano anterior, mesmo numa altura em que o número de pessoas empregadas registou um recuo histórico. Face a 2007, o número regista, ainda assim, uma significativa quebra.

A maioria dos trabalhadores que responde a esta questão do INE declara trabalhar entre 6 a 10 horas extras não pagas por semana. Mas são mais de 20 mil as pessoas que afirmam que o trabalho extraordinário não remunerado vai além das 11 horas semanais.

As queixas de Maria têm ficado entre os colegas. "Já me passou muitas vezes pela cabeça denunciar a situação", diz. Mas nunca o chegou a fazer.

O inspector-geral da Autoridade para as Condições de Trabalho admite haver dificuldade em penalizar as empresas infractoras. "O trabalhador nem sempre colabora", refere Paulo Morgado de Carvalho em declarações ao DN. Por outro lado, "o trabalho extraordinário deveria estar registado, mas por vezes não está, o que dificulta a prova", acrescenta.

O responsável reconhece que o problema existe em vários sectores de actividade, com particular expressão na banca, nos transportes ou nas actividades relacionadas com a segurança privada.
"Não há banco nenhum que cumpra o que está estipulado, quer na convenção colectiva quer na lei", que aponta para 35 horas de trabalho semanal, refere ainda Paulo Alexandre, membro da direcção do Sindicato dos Bancário do Sul e Ilhas. "E a esmagadora maioria das horas extraordinárias não são pagas."

A prática é alimentada pela conivência dos trabalhadores, mas a responsabilidade, diz o sindicato, é "evidentemente" dos empregadores ,que "penalizam" os trabalhadores que exigem o cumprimento da lei.

As inspecções e as coimas são frequentes, garante. "Nos primeiros oito ou quinze dias as coisas normalizam, mas depois voltam a cair no esquecimento", afirma.
Coimas a partir de 720 euros

O não pagamento de trabalho extraordinário é, segundo o Código do Trabalho, uma contra-ordenação grave. As coimas variam segundo o volume de negócios da empresa e o grau de culpa do infractor. Assim, uma empresa com uma facturação inferior a 500 mil euros arrisca-se a uma coima entre 720 a 3120 euros. O escalão superior aplica-se a todas as empresas que têm mais de 10 milhões de euros de volume de negócios, com coimas que, nesta caso, oscilam entre 1800 e 11400 euros. Valores que podem ser agravados em caso de reincidência. Raramente é cobrado o valor máximo.

ACT detectou 1352 infracções

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) realizou este ano mais de cinco mil visitas a 4116 empresas, com o objectivo de detectar infracções relacionadas com o trabalho extraordinário. Das inspecções resultaram 1352 coimas, num valor global que deverá oscilar entre 1,2 e 2,6 milhões de euros, segundo dados divulgados ao DN pelo inspector-geral da ACT Paulo Morgado de Carvalho. Raramente se aplicam os valores máximos. "Regra geral, as empresas têm um prazo para o pagamento voluntário pelo valor mínimo. Mas o valor pode subir se a empresa já foi condenada mais do que uma vez, ou se insiste na infracção." A ACT regista ainda 889 "medidas correctivas" desde o início do ano, ou seja, notificações para corrigir situações "menos graves", como a não existência de livro para o registo de horas extraordinárias.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma jornada toda no feminino

Com um amigo ouvia na rádio uma dissertação sobre a importância e a presença da mulher na vida política e social. Cada vez mais importante, sem dúvida. Mas a presença no trabalho e na sociedade é uma realidade.

Como que a justificar esta constatação, no primeiro contacto deparo com uma benfiquista de sete costados, que discutia futebol com todas as regras ao mesmo tempo que tratava de documentação contabilística com tanta naturalidade como envergava um chapéu de palha, verdadeiro "sombrero" mexicano.
Depois entramos numa serralharia de alumínio. Entre os operários, uma jovem de vinte e poucos anos, fazia o mesmo que os colegas. Mais uns quilómetros e novo contacto. Desta vez com uma jovem advogada. Bem parecida e expedita nas matérias tratadas.
Descidas as escadas do escritório de advocacia, duas mulheres de fato macaco branco descarregavam lombadas de porco de um carro frigorífico para o talho mais próximo.
Senti-me bem, no contacto com estas realidades. Talvez por isso, cada vez aumenta mais a admiração pelas mulheres da minha vida. Mesmo que agora não queiram nada comigo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009 - 4º. Reparo

O que se passou em Ferreira do Zêzere é mau de mais. Quase não dá para acreditar. Espero pacientemente a oportunidade para, mais do que analisar o passado, ver se há possibilidade de alguma intervenção política e social.

AUTÁRQUICAS 2009 - 3º. Reparo

Pensava eu que o problema residia naquilo que fiz e não fiz por um bom resultado da CDU. Mas, infelizmente, os problemas são reais. Segundo alguns critérios nunca os resultados foram tão baixos. Razões podem ser encontradas aos montes, mas a realidade é que se está em perda.

Aqui ficam, também, os sinceros parabéns a alguns amigos e camaradas que ganharam e, ainda, viram reforçadas as suas votações. Um abraço especial para a Freguesia de Corroios.

AUTÁRQUICAS 2009 - 2º. Reparo

O PSD anda pior do que se pensava. Por pouco nem ficava com a maioria dos presidentes de câmara. Afinal o PS conseguiu aproveitar a sua "vitória" nas legislativas para sacar mais umas câmaras. Até conseguiu "meter algumas lanças em África".

domingo, 11 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009 - 1º. reparo

Comparando os poucos resultados conhecidos até ao momento com os das eleições legislativas de há quinze dias, chego a uma conclusão: Francisco Louçã não se candidatou a qualquer Câmara Municipal. Isto é, o BE afundou-se por todo o lado!

Por um novo modelo de desenvolvimento

Substituir as importações pela produção nacionale garantir a soberania nacional.


Há, em Portugal, um défice sobre o qual pouco se fala, o qual diz respeito à natureza e à dimensão daquilo que compramos no estrangeiro, sob a forma de importações. Trata-se de um défice estrutural que nada tem a ver, para o nosso país, com as consequências derivadas da crise do sistema capitalista internacional. Trata-se, isso sim, do resultado acumulado de uma política que endeusou a livre iniciativa, na presunção de que economia de mercado determinaria uma racional compatibilização entre aquilo que, na actual sociedade contemporânea, é o binómio consumo-produção.

Produção agrícola e produção animal(importámos 2525 milhões de euros).
Pescas( importámos 212 milhões).
Produtos alimentares, bebidas e tabacos (importámos 7481 milhões de euros).
Máquinas e equipamentos com excepção de material de transporte (importámos 10 282 milhões de euros).
Material de transporte(importámos 7608 milhões de euros).




domingo, 4 de outubro de 2009

DESABAFOS (5) - E viva a "coerência"!

Aqui há uns meses a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo solicitou à Câmara Municipal de Torres Novas a utilização do Teatro da Meia Via, para realizar uma reunião de utentes da saúde. O objectivo era debater a falta de médico na Extensão de Saúde local, situação que ainda hoje se verifica. Infelizmente, para toda aquela população.
A sala não foi cedida porque, segundo informação da CMTN, a reunião em causa não se enquadrava na área das iniciativas culturais. Dias antes tinha lá havido uma reunião de caçadores. Agora, há poucos dias houve no espaço em causa a apresentação de uma das candidaturas à Assembleia de Freguesia local.
Palavras para quê? São "artistas" torrejanos!