quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

BOM 2010!

Nada é impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht

domingo, 27 de dezembro de 2009

Poema: "ARRISCAR O AMOR!"

Rir é arriscar parecer parvo
Chorar é arriscar parecer sentimental
Procurar alguém é arriscar-se a um compromisso
Expressar sentimentos é arriscar-se a ser rejeitado
Mostrar os teus sonhos perante a multidão é arriscar a fazer o ridículo
Amar é arriscar não ser correspondido
Ir para a frente contra ventos e marés é arriscar o fracasso

Mas é preciso correr riscos
Para evitar o maior risco de todos: não arriscar nada!

Quem não arrisca não faz nada.
Talvez evite o sofrimento e a dor,
mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer ou amar.
Amarrado por estas certezas, é um escravo.
Confiscou a sua liberdade.

Só quem arrisca é livre!


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Não sei se devo rir ou chorar


Ministério da Justiça já arrecadou mais de 230 milhões de euros pela venda de património, contando-se os estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Pinheiro da Cruz, por mais de 140 milhões, no total. Mas, como continua a ocupá-los, passou de proprietário a inquilino, pagando agora por ambos uma renda de cerca de sete milhões e meio de euros por ano.
(DN 8.12.2009)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Tenho de ter coragem para dizer NÃO

Os últimos tempos têm-me provado de que não tenho energia, saber e tempo para fazer muitas das tarefas inerentes aos compromissos e responsabilidades que fui assumindo nas mais diversas áreas da minha vida.
Tenho de ter a coragem necessária para dizer que não assumo mais nada, que não renovo algumas responsabilidades, que não consigo fazer bem algumas das tarefas que me estavam entregues.
Assim, mediante ponderação pessoal e colectiva, poderei fazer um pouco melhor o que acharmos estrategicamente mais importante.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

OBSCENIDADES (2)

Um título do DN de hoje: Um terço da população mundial não tem acesso a energia eléctrica.

OBSCENIDADES (1)

O Secretário-Geral da ONU disse na passada segunda-feira, em Roma, numa reunião da FAO, organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura: "hoje vão morrer de fome mais 17 mil crianças em todo o mundo"!!!

domingo, 22 de novembro de 2009

Lá se foi a taça

É precisa muita cautela e muitos caldos de galinha para o próximo sábado. Se assim não for, a seguir à taça vai-se o campeonato.

Para a festa todos aparecem.


" É óbvio que a autarquia não pode ser responsabilizada pela gestão de unidades privadas.
Mas porque é que na hora do anúncio de novas unidades industriais os autarcas se arrogam no direito de se auto-proclamarem os grandes heróis dos novos investimentos e depois na hora do adeus se remetem a um profundo mas ruidoso silêncio?"
Este texto foi escrito por um amigo e inserido no seu blog. Concordei e acrescentei que esta forma de agir é extensível a muitos e importantes responsáveis deste País.
Mas, agora pensando mais um pouco, tenho de manifestar o meu desacordo com a primeira frase do texto. Porquê? É que este tipo de autarcas e governantes são também responsáveis, quer pela passividade quer pela definição dos enquadramentos legais e económicos definidos, por muitas das más práticas na gestão das unidades privadas.

sábado, 7 de novembro de 2009

A MINHA ALMA ESTÁ PARVA!

Então não é que nos cinco anos de EUROMILHÕES os portugas cometeram a excentricidade de gastar 5 mil milhões de euros e apenas receberam 2 mil milhões em prémios!!

Este País, está a atingir as raias do anedótico. Foram "só" 3 mil milhões de euros que foram enviados para a Europa rica. Se juntarmos os milhares de milhões, por ano, que são colocados nos paraísos fiscais.

Quanta riqueza e quantos postos de trabalho eram criados com esse dinheiro??!!!

Já ouviram falar em dívida externa e soberania nacional?

HÁ BOAS INTENÇÕES, MAS AS PRÁTICAS !?!?

Não sou exemplo para ninguém, volto a afirmar. Talvez por isso mantenho a minha atitude crítica em relação a comportamentos de outros que se armam em paladinos da verdade e do bem fazer.
Fazem profissão de fé no trabalho colectivo mas o que vem ao de cima é o cada um tratar da sua vida (profissional e/ou cívica), esquecendo o trabalho para o colectivo.

sábado, 31 de outubro de 2009

NÃO QUERO ENSINAR NADA, MAS TEMOS MUITO A APRENDER UNS COM OS OUTROS


A participação livre, sadia e empenhada em estruturas sociais e políticas obriga a alguns princípios. Entre eles marcar presença regular, estar aberto a ouvir, respeitar as dinâmicas instaladas, fazer propostas e emitir opiniões. E, também, aceitar e incentivar a participação de todos.

Escrevo estas linhas, não vá alguém um dia referir a minha complacência com certas práticas destes dias por parte de estruturas por onde costumo andar.

UMA OPORTUNIDADE PERDIDA

Recebi há pouco um mail do meu filho mais velho dizendo que se estava a preparar para rumar de Lisboa a Braga. Vai ver o jogo na "cidade dos arcebispos". Há muitos anos que o Manel acompanha o seu clube do coração. Mas estas deslocações agora, com a sucessão de jogos espectaculares, têm outro sabor. Com ele deslocam-se uma série de amigos. Até a Patrícia, a namorada.

Foi assim que sucedeu há quinze dias quando o Benfica defrontou o Monsanto em Torres Novas. Fomos todos ver o jogo. Por volta das 8 da noite, termina o jogo com o Monsanto derrotado por uma meia dúzia de golos. Naturalmente, que a essa hora se procurasse jantar. Éramos nove e fomos de restaurante em restaurante e só à quarta tentativa encontrámos um aberto. Estava cheio e demorámos a ser atendidos.

Com milhares e milhares de visitantes, a hotelaria torrejana parece ter perdido uma oportunidade de facturar e divulgar a sua actividade. É que não há acontecimentos destes todos os anos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SEM COMENTÁRIOS! (artigo do DN 22.10.2009)

Mais de 100 mil fazem horas extras não pagas
Dados apurados através do inquérito do Instituto Nacional de Estatística: a maioria dos trabalhadores não denuncia as situações e a Autoridade para as Condições de Trabalho admite dificuldades na sanção às empresas

Trabalha dez horas por dia, cinco dias por semana, não recebe por isenção de horário, mas nunca viu uma folha de registo de horas extraordinárias. Maria (nome fictício), administrativa num banco que emprega milhares de trabalhadores em Portugal, entra às nove da manhã e nunca sai antes das sete da tarde, porque depois do fecho da sala de mercados ainda" há muito trabalho a fazer."

"É uma obrigação. Se sair uma hora depois do horário chamam--me a atenção porque saí cedo." Ao fim de dez anos na banca, ganha 950 euros por mês.

Como Maria há mais 113 mil trabalhadores por conta de outrem em Portugal que afirmam realizar horas extraordinárias não remuneradas, revelam os dados solicitados ao Instituto Nacional de Estatística.

A informação apurada no último inquérito ao emprego, referente ao segundo trimestre deste ano, revela que aumentou ligeiramente o número de trabalhadores que dizem estar nesta situação face ao ano anterior, mesmo numa altura em que o número de pessoas empregadas registou um recuo histórico. Face a 2007, o número regista, ainda assim, uma significativa quebra.

A maioria dos trabalhadores que responde a esta questão do INE declara trabalhar entre 6 a 10 horas extras não pagas por semana. Mas são mais de 20 mil as pessoas que afirmam que o trabalho extraordinário não remunerado vai além das 11 horas semanais.

As queixas de Maria têm ficado entre os colegas. "Já me passou muitas vezes pela cabeça denunciar a situação", diz. Mas nunca o chegou a fazer.

O inspector-geral da Autoridade para as Condições de Trabalho admite haver dificuldade em penalizar as empresas infractoras. "O trabalhador nem sempre colabora", refere Paulo Morgado de Carvalho em declarações ao DN. Por outro lado, "o trabalho extraordinário deveria estar registado, mas por vezes não está, o que dificulta a prova", acrescenta.

O responsável reconhece que o problema existe em vários sectores de actividade, com particular expressão na banca, nos transportes ou nas actividades relacionadas com a segurança privada.
"Não há banco nenhum que cumpra o que está estipulado, quer na convenção colectiva quer na lei", que aponta para 35 horas de trabalho semanal, refere ainda Paulo Alexandre, membro da direcção do Sindicato dos Bancário do Sul e Ilhas. "E a esmagadora maioria das horas extraordinárias não são pagas."

A prática é alimentada pela conivência dos trabalhadores, mas a responsabilidade, diz o sindicato, é "evidentemente" dos empregadores ,que "penalizam" os trabalhadores que exigem o cumprimento da lei.

As inspecções e as coimas são frequentes, garante. "Nos primeiros oito ou quinze dias as coisas normalizam, mas depois voltam a cair no esquecimento", afirma.
Coimas a partir de 720 euros

O não pagamento de trabalho extraordinário é, segundo o Código do Trabalho, uma contra-ordenação grave. As coimas variam segundo o volume de negócios da empresa e o grau de culpa do infractor. Assim, uma empresa com uma facturação inferior a 500 mil euros arrisca-se a uma coima entre 720 a 3120 euros. O escalão superior aplica-se a todas as empresas que têm mais de 10 milhões de euros de volume de negócios, com coimas que, nesta caso, oscilam entre 1800 e 11400 euros. Valores que podem ser agravados em caso de reincidência. Raramente é cobrado o valor máximo.

ACT detectou 1352 infracções

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) realizou este ano mais de cinco mil visitas a 4116 empresas, com o objectivo de detectar infracções relacionadas com o trabalho extraordinário. Das inspecções resultaram 1352 coimas, num valor global que deverá oscilar entre 1,2 e 2,6 milhões de euros, segundo dados divulgados ao DN pelo inspector-geral da ACT Paulo Morgado de Carvalho. Raramente se aplicam os valores máximos. "Regra geral, as empresas têm um prazo para o pagamento voluntário pelo valor mínimo. Mas o valor pode subir se a empresa já foi condenada mais do que uma vez, ou se insiste na infracção." A ACT regista ainda 889 "medidas correctivas" desde o início do ano, ou seja, notificações para corrigir situações "menos graves", como a não existência de livro para o registo de horas extraordinárias.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma jornada toda no feminino

Com um amigo ouvia na rádio uma dissertação sobre a importância e a presença da mulher na vida política e social. Cada vez mais importante, sem dúvida. Mas a presença no trabalho e na sociedade é uma realidade.

Como que a justificar esta constatação, no primeiro contacto deparo com uma benfiquista de sete costados, que discutia futebol com todas as regras ao mesmo tempo que tratava de documentação contabilística com tanta naturalidade como envergava um chapéu de palha, verdadeiro "sombrero" mexicano.
Depois entramos numa serralharia de alumínio. Entre os operários, uma jovem de vinte e poucos anos, fazia o mesmo que os colegas. Mais uns quilómetros e novo contacto. Desta vez com uma jovem advogada. Bem parecida e expedita nas matérias tratadas.
Descidas as escadas do escritório de advocacia, duas mulheres de fato macaco branco descarregavam lombadas de porco de um carro frigorífico para o talho mais próximo.
Senti-me bem, no contacto com estas realidades. Talvez por isso, cada vez aumenta mais a admiração pelas mulheres da minha vida. Mesmo que agora não queiram nada comigo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009 - 4º. Reparo

O que se passou em Ferreira do Zêzere é mau de mais. Quase não dá para acreditar. Espero pacientemente a oportunidade para, mais do que analisar o passado, ver se há possibilidade de alguma intervenção política e social.

AUTÁRQUICAS 2009 - 3º. Reparo

Pensava eu que o problema residia naquilo que fiz e não fiz por um bom resultado da CDU. Mas, infelizmente, os problemas são reais. Segundo alguns critérios nunca os resultados foram tão baixos. Razões podem ser encontradas aos montes, mas a realidade é que se está em perda.

Aqui ficam, também, os sinceros parabéns a alguns amigos e camaradas que ganharam e, ainda, viram reforçadas as suas votações. Um abraço especial para a Freguesia de Corroios.

AUTÁRQUICAS 2009 - 2º. Reparo

O PSD anda pior do que se pensava. Por pouco nem ficava com a maioria dos presidentes de câmara. Afinal o PS conseguiu aproveitar a sua "vitória" nas legislativas para sacar mais umas câmaras. Até conseguiu "meter algumas lanças em África".

domingo, 11 de outubro de 2009

AUTÁRQUICAS 2009 - 1º. reparo

Comparando os poucos resultados conhecidos até ao momento com os das eleições legislativas de há quinze dias, chego a uma conclusão: Francisco Louçã não se candidatou a qualquer Câmara Municipal. Isto é, o BE afundou-se por todo o lado!

Por um novo modelo de desenvolvimento

Substituir as importações pela produção nacionale garantir a soberania nacional.


Há, em Portugal, um défice sobre o qual pouco se fala, o qual diz respeito à natureza e à dimensão daquilo que compramos no estrangeiro, sob a forma de importações. Trata-se de um défice estrutural que nada tem a ver, para o nosso país, com as consequências derivadas da crise do sistema capitalista internacional. Trata-se, isso sim, do resultado acumulado de uma política que endeusou a livre iniciativa, na presunção de que economia de mercado determinaria uma racional compatibilização entre aquilo que, na actual sociedade contemporânea, é o binómio consumo-produção.

Produção agrícola e produção animal(importámos 2525 milhões de euros).
Pescas( importámos 212 milhões).
Produtos alimentares, bebidas e tabacos (importámos 7481 milhões de euros).
Máquinas e equipamentos com excepção de material de transporte (importámos 10 282 milhões de euros).
Material de transporte(importámos 7608 milhões de euros).




domingo, 4 de outubro de 2009

DESABAFOS (5) - E viva a "coerência"!

Aqui há uns meses a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo solicitou à Câmara Municipal de Torres Novas a utilização do Teatro da Meia Via, para realizar uma reunião de utentes da saúde. O objectivo era debater a falta de médico na Extensão de Saúde local, situação que ainda hoje se verifica. Infelizmente, para toda aquela população.
A sala não foi cedida porque, segundo informação da CMTN, a reunião em causa não se enquadrava na área das iniciativas culturais. Dias antes tinha lá havido uma reunião de caçadores. Agora, há poucos dias houve no espaço em causa a apresentação de uma das candidaturas à Assembleia de Freguesia local.
Palavras para quê? São "artistas" torrejanos!

domingo, 27 de setembro de 2009

DESABAFOS (4) - Infelizmente, além da minha, há outras más experiências empresariais

O meu percurso empresarial não é exemplo para ninguém. Mas, infelizmente, verifico que a maior parte dos empresários a quem tenho prestado serviços não estão a fazer melhor. Mau para eles e para mim, pois da actividade deles dependem os meus parcos rendimentos.
Somados todos os inêxitos ao nível da microeconomia, não podemos esperar o contrário quando analisamos a economia nacional, em termos macroeconómicos.
Os trabalhadores portugueses são do melhor que há, provam-no quando estão em empresas bem organizadas, cá e no estrangeiro. Ao contrário, quanto a empresários...

domingo, 20 de setembro de 2009

DESABAFOS (3) - Disseram alguma coisa antes?

Ao longo dos últimos meses, ao mínimo debate sobre a situação económica e social, muitos dos meus interlocutores apresentavam a desculpa de que a crise era consequência dos problemas da organização e abusos de dirigentes mundiais, quer nos governos quer nas empresas.
Umas vezes, com mais paciência que outras, lá ia dizendo que não concordava com essas respostas simplistas, argumentando que as nossas insuficiências socio-económicas não eram de agora, mas que se vinham a agravar ao longo dos anos. E dava exemplos, como a destruição do nosso aparelho produtivo, a nossa estrutura empresarial,...
É altura de lançar mais um argumento: conhecem alguma intervenção de governantes portugueses contra a ordem política e económica imposta ao mundo pelos que dominam as organizações internacionais? Ninguém se lembrará de tal desiderato, antes de uma certa "concordância canina" de obediência aos donos do mundo.
Agora, não vale a pena chorar lágrimas de crocodilo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

DESABAFOS (2) – Estou errado?

Quer nas actividades profissionais, quer nas actividades sócio-políticas há responsáveis pelas organizações onde vou dando o meu contributo.

Assumo com todas as minhas energias as diversas tarefas que me incumbem. Mas para que estas tenham algum êxito é preciso definir uma estratégia clara e galvanizadora, acompanhar a sua concretização e depois analisar os resultados.

Quando não há trabalho de equipa e se deixa cada um à sua sorte, para além dos considerando que se podem fazer sobre o comportamento dos diversos agentes, apenas por mero acaso e sorte, os resultados, quando os há, poderão ser positivos.

domingo, 13 de setembro de 2009

DESABAFOS (1) - Exigir em vez de agradecer

Vejo e ouço alguma gente expressar o seu agradecimento, e até fazendo reparos a quem não tem essa postura, perante as decisões e obras deste ou daquele cidadão que foi eleito e/ou nomeado para determinados cargos políticos e/ou públicos.

Não percebo tanta admiração e tanta reverência, pois mais não fazem do que aplicar (uns melhor que outros) as verbas que lhe são colocadas à disposição. Cumprem a sua tarefa e são pagos para isso. Eles, e toda uma máquina de assessores políticos, técnicos e de imagem. A isto junta-se toda a estrutura orgânica e material das instituições de que são responsáveis. Para não falarmos, nas assessorias externas.

Com toda esta panóplia de meios ao serviço dos políticos eleitos e nomeados, nós, os simples cidadãos (muitos dos quais verdadeiros voluntários a trabalhar graciosamente para as comunidades onde estão inseridos), apenas devemos exigir que cumpram o seu dever.

domingo, 6 de setembro de 2009

Festa do Avante 2009 (4)

Em certos momentos havia a impressão de que não cabia mais gente no recinto. Era difícil andar de um lado para outro. Felizmente para compensar as longas filas dos queriam entrar, outros iam saindo. O êxito, ainda ganha maior dimensão, quando se sabem os nomes de dezenas de amigos e conhecidos que gostariam de lá estar... mas que por respeitáveis motivos acabam por estar ausentes. Que vão no próximo ano!

Festa do Avante 2009 (3)

Publicamente tem de se reconhecer o trabalho voluntário, para que a Festa seja também um êxito e exemplo de organização. Por vezes dou por mim a pensar na resistência física e anímica que os militantes comunistas e amigos têm de ter para estes dias de autêntica loucura. Imaginem uma empresa com mais de uma dezena de milhar de trabalhadores, que fornece centenas de serviços diferentes a centenas de milhares de visitantes durante três dias... Será que existe?! Duvido. Mas tenho a certeza de que um Partido que organiza um acontecimento destes... só o pode fazer porque acredita no povo e este, pelo menos, respeita-o.

Festa do Avante 2009 (2)

Quem visitar a Festa com olhos de ver, tem de chegar à conclusão que não há “festa com esta!”. Primeiro, é a maior e única festa política-cultural do País. Segundo, é inter geracional (vê-se gente dos o a mais de oitenta, sendo mais de metade com menos de 30 anos). Terceiro, em mais nenhum se tem o prazer de estar ao mesmo tempo num festival gastronómico, numa rave, num festival de folclore, num concerto de rock, em jogos tradicionais e em mais de 20 modalidades desportivas, na exposição científica e numa bienal de artes plásticas, no meio de um debate político e um encontro de dezenas de amigos, utilizar as últimas tecnologias de informação e recordar como eram os prelos da imprensa clandestina.... E tudo isto, feito por milhares e milhares de voluntários, num cenário natural de excelência de onde se vê o Tejo com diversos enquadramentos, tendo ao fundo quase toda a Lisboa. Tudo isto, na Quinta da Atalaia – Seixal.

Festa do Avante 2009 (1)

Poema de António Gedeão
na Espaço Ciência


TUDO É FOI

Fecho os olhos por instantes.
Abro os olhos novamente.
Neste abrir e fechar de olhos
já todo o mundo é diferente.

Já outro ar me rodeia;
outros lábios o respiram;
outros aléns se tingiram
de outro Sol que os incendeia.

Outras árvores se floriram;
outro vento as despenteia;
outras ondas invadiram
outros recantos de areia.

Momento, tempo esgotado,
fluidez sem transparência.
Presença, espectro de ausência,
cadáver desenterrado.

Combustão perene e fria.
Corpo que a arder arrefece.
Incandescência sombria.
Tudo é foi. Nada acontece.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

AGORA, É A DOER...

Por muito que tentasse remar contra a maré a verdade é que acabei por ser contagiado pelo ambiente de "férias". Agosto foi um tempo vivido em intermitência. Ora andava entusiasmado e fazia umas coisas, ora me deixava levar pelo "deixa andar"... Em conclusão, muitas tarefas das minhas diversas frentes de actividade ficaram por executar.

Agora, e pela força dos acontecimentos, nem vai dar tempo para respirar. As solicitações do exterior e a vontade de concretizar os meus próprios compromissos obrigam-me a fazer um mês de Setembro, com muito empenho, paciência e argúcia. Vamos lá ver é se tenho energia para tanto.

domingo, 23 de agosto de 2009

FOI UM DIA GRANDE

Manel e Patrícia (o puto mais velho e a namorada) vieram até Torres Novas para visitar-me. Foram horas de almoço, bem conversado. Foram momentos de visitas de encher a alma e abrir a boca de espanto. Principalmente na desprezada nascente do Almonda e no "Ninho das Águias", em Alcanena. Para benfiquistas como o Manel até deu direito a fotos para mostrar aos compinchas.

Ando agora a ter a atenção para com os meus filhos que, em muitos momentos não tive. Penitencio-me pelo passado, mas estou feliz pelo presente.

E o futuro, tem desenhados novos e empolgantes encontros. Com o Manel e com o Pedro. Sinto-me irmão deles.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

UMA SATISFAÇÃO... e um lamento

Há sempre motivos de satisfação quando a nossa actividade produz resultados positivos para o conjunto da comunidade. Vem isto a propósito do convite informal que recebi para estar presente na assinatura do protocolo para a construção do novo Hospital do Seixal. Este, ninguém pode dizer o contrário, foi arrancado pela força da vontade popular. Organizada e mobilizada pelas Comissões de Utentes da Saúde de que fiz parte. E continuo, embora noutras zonas e com outros problemas para resolver.
Um lamento, por tantos outros justos objectivos que se poderiam ter atingido caso houvesse mais organização e mais persistência. Mas continuamos vivos e atentos.

sábado, 8 de agosto de 2009

SAUDADES DA COSTA DE CAPARICA

O Pedro, agora acompanhado da Isabel e dos putos (Pedro e João), meus netos, estiveram uns dias na Costa de Caparica. O Pedro "pai" estava encantado a relatar as piscinas que fez na areia para os miúdos. Mas o que recordou foram as horas e horas que na sua adolescência lá passou a jogar à bola.

O Pedro é quase um filho da Costa. Por lá passámos bons e maus momentos. Lá continurá a ir para ensinar os filhos a gostar também daquelas gentes e daqueles lugares.

É, também, com alguma saudade e com desejo de lá voltar que revelo algo de comum entre mim e o Pedro. Ele, agora no Porto. Eu, agora em Torres Novas. Depois de vivermos em tantos outros locais constata-se a nossa capacidade de adaptação e a paixão que ficamos por cada lugar. A Costa de Caparica será sempre um desses destinos...

domingo, 2 de agosto de 2009

Ao meu Manel

Estamos em maré de aniversários. Hoje foi o meu filho meu velho. Já passaram vinte e nove anos. Merece toda a felicidade do mundo. Deixo um conselho, que duramente aprendi, "grão a grão enche a galinha o papo, mas pena a pena fica depenada".

A construção da nossa felicidade merece a nossa atenção, o carinho e o amor, todos os dias.

sábado, 25 de julho de 2009

80 anos UMA IDADE BONITA

Foi no passado domingo, 19 de Julho, que o mais velho do clã SOARES (da Vermelha) festejou os seus oitenta anos. No ambiente bucólico da Curia, juntou-se a família. O António e a Evangelina. Os filhos Manel Zé (e Ana), Lurdes (e Zé Manel), Dina e Daniel. Os netos Pedro (e Isabel), Manel, Bruno (e Joana), João, Diana, Ricardo, Beatriz e Ana. Os bisnetos Pedro e João. Dos oitenta aos dezanove meses. O futuro da família Soares está assegurado. Foi bonita a festa. Vai ficar na memória de todos.

domingo, 5 de julho de 2009

TANTO SÍTIO, SÓ PARA DOIS PÉS

Ontem, sábado, aproveitei uma ida a Lisboa ( mais uma actividade relacionada com o Movimento Associativo Popular), para passar pela casa da Damaia. Hoje dos e habitada pelos meus pais, depois de eu lá ter vivido mais de uma dezena de anos. Era aí que continuavam, na mesma estante de sempre feita pelo Carlos Gameiro, umas dezenas de livros e outras tantas pastas. São parte da minha vida, que ficou por esse lugar, e a que de tempos a tempos gostava de voltar.

Ao longo da vida andei por muito sítio onde deixei objectos materiais e experiências vividas. Na tarde de ontem, de forma simbólica, com os livros e pastas vieram muitas alegrias e muitos dramas.

Hoje, continuo a procurar sempre o melhor e saltar de sítio para sítio. Só tenho dois pés. Não consigo dar e dar-me a todos os lugares, a todas as causas e a todas as pessoas. Decerto uma das razões para a ansiedade que, de tempos a tempos, me assalta.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

NADA DE ABUSOS

As taxas moderadoras, na saúde, foram criadas (de tempos a tempos actualizadas/aumentadas) para disciplinar a utilização excessiva do SNS - Serviço Nacional de Saúde.

Nos últimos trinta anos nunca acedi aos serviços do SNS ("quase uma saúde de ferro"). Recentemente tive uma cólica renal, pelo que me socorri de um serviço de urgência hospitalar.
Resultado: a maleita passou e, paguei taxa moderadora, PARA NÃO ABUSAR!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

ALGO ESTÁ A MUDAR

Nos últimos dias adaptei uma nova forma de organização das minhas tarefas profissionais. Alguns resultados já começaram a aparecer. Além disso, aos poucos vou assegurando êxitos no futuro.
Por outro lado, continua a minha batalha para ser ouvido nos locais e ocasiões em que posso falar. Infelizmente, se por um lado constato que não gostam do meu tom de voz, por outro vão procurando afastar-me da participação colectiva. Mas como em grande parte das situações que vivi, o futuro vai dizer que tenho razão.
Dou o que posso e trabalho com todos, mas há os que mandam... e que não aceitam o meu contributo e não me querem a trabalhar por perto. Enfim, problema deles.

domingo, 14 de junho de 2009

O TEMPO NÃO CHEGA PARA TUDO O QUE GOSTAMOS

Por isso este meio de contacto tem sido desprezado. Mas, felizmente tenho estado com e junto de quem gosto. Mais, tenho arranjado tempo e energia para estar junto de muita gente anónima que precisa de ajuda para não perder a esperança e lutar por uma sociedade mais justa.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de ABRIL foi ontem!

Recordo-me do lanche com dois amigos no dia 23 de 1974, na pequena pastelaria da Rua da Betesga, em que se discutiu a nacionalização dos seguros, porque a revolução estava a chegar.
Lembro-me do comboio vazio da Damaia para o Rossio e dos passageiros olharem para as instalações do Colégio Militar enquanto sussurram e ouviam pequenos rádios.

Frente ao Teatro D. Maria II, pelas nove da manhã, quando soube o que se passava, disse: "Já não vou à guerra". A liberdade e o fim da guerra colonial continuam a ser motivos de comemoração.

Toda a manhã desse dia de "chuva molha tolos", foi passada junto dos militares da Baixa. Com mais colegas de trabalho, bem jovens como eu, demos cigarros e alguma alimentação aos jovens soldados. O meu almoço foi em casa. Queria saber como estavam os meus pais. (Naquele tempo não havia telefones, quanto mais telemóveis).

A tarde foi toda vivida no Largo do Carmo e nas ruas adjacentes. Logo nesse dia participei em duas manifestações. Sempre escolhi o meu caminho. Estive lá por vontade própria e com a sensação de que se estava a fazer história. Linda!!!

domingo, 19 de abril de 2009

ACERTAR AGULHAS

Dou por mim a pensar se todo o esforço que faço me leva a algum lado. É que por vezes penso que defendo aquilo que penso que os outros querem e não aquilo que na realidade eles desejam.
Para melhorar a eficiência do meu trabalho preciso de acertar agulhas. Saber o que os outros querem e depois confrontar com aquilo que penso. Se houver coincidência devo então avançar. Mas os resultados não estão garantidos.

sábado, 11 de abril de 2009

Aos meus netos

Para eles, e todas as crianças do mundo, todo o meu esforço por um mundo melhor.

Nascido na Vermelha

Andam por ai muitos a cacarejar sobre as virtudes rubras da sua alma ,
 mas poucos tem no B.I.a naturalidade Vermelha