terça-feira, 23 de novembro de 2010
Sérgio Ribeiro põe os pontos nos iiis
Dia de vésperas. De muita expectativa. E trabalho! Tanta coisa a dizer!
Ontem, já a entrar por hoje, os Prós e Contras foram diferentes.
Apesar da mesma condução de sempre, por vezes desastrosa, da "moderadora", disseram-se coisas muito interessantes. Tocaram-se nalgumas feridas!
Porque não se trata do programa televisivo, mas do final desta série sobre a Greve Geral, vou deixar alguns apontamentos suscitados pelo que ouvi e que julgo adequados às intenções destes "posts".
•Falhanço total da economia liberal, com "emagrecimento" do papel do Estado. Esta verificação, vinda do "lado direito" do painel, vai contra a corrente ideológica dominante. Porque a análise da evolução do funcionamento da economia, desde que com um mínimo de seriedade, a tal obriga.
•No arrolamento das causas epidérmicas da actual situação, primeiro, o não reinvestimento na economia dos lucros financeiros; segundo, a diminuição da parcela de remuneração ao "factor" trabalho; terceiro, a precarização do emprego.
Daqui resulta uma situação social insuportável - e as perspectivas de vir a ser pior se não se puser um travão ao funcionamento da economia! - e a necessidade de uma resposta muito clara. De uma Greve Geral.
Tocou-se nas feridas.
Mas as feridas, como a febre, têm causas. Profundas.
Não se trata de atacar os efeitos, de ajudar à cicatrização, de fazer baixar a temperatura. Há que ir às causas profundas.
Por isso, uma Greve Geral que é, também - ou sobretudo -, tomada de posição perante o funcionamento da economia e de consciência. Tomada de consciência que é (digo eu) de classe.
No actual estado das coisas, é necessária esta Greve Geral a ser feita também pelos que não são, teórica ou objectivamente, da classe, mas que estão a sofrer as consequências, económicas e sociais, do funcionamento do sistema que os alicia E rejeita. E que, "entre duas cadeiras", na da ruptura e efectiva mudança se terão de sentar se recusarem a alternativa de, por tanto o desejarem, insistirem na procura de subir para a outra cadeira, a do aparente poder (do dinheiro ou do que for), e apenas os esperar, em prazo médio ou curto, estatelarem-se no duro chão das falências e das servidões aos grandes que cada vez menos e maiores serão.
Repegando nas pertinentemente apontadas como três causas próximas (ou epidérmicas, como lhes chamei), falta dar o nome às causas profundas: capitalismo e a(s) sua(s) crise(s)!
1.a ausência de reinvestimento (quer pelos privados, quer pelo Estado) é o capitalismo às voltas atrás do próprio rabo, incapaz de encontrar saídas, à maneira de injectar mais droga na veia;
2.a dimuição da parcela remuneratória para o trabalho na repartição dos rendimentos é tentativa do capitalismo de recuperar taxas de mais-valia (seu verdadeiro alimento), através da intensificação da exploração para compensar a baixa tendencial das taxas de lucro;
3.a precarização do emprego é o esforço de mercadorização da força de trabalho, procurando anular tudo o que sejam conquistas sociais, mormente no que respeita a horário de trabalho e tempo livre, substituído por desemprego como "mercadoria em stock" (o estratégico "exército de reserva laboral").
Mas... basta, por agora, de reflexão de base teórica, tão apelativa e indispensável. Vamos aos piquetes de greve! De acordo com a legislação que resulta da relação de forças ao nível do Estado em que vivemos.
Publicada por Sérgio Ribeiro (blog ANÓNIMO SEC XXI)
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