Cabeça de lista do PCP por Santarém rejeita compromissos políticos com "actual" PS
O deputado comunista António Filipe afirmou que o PCP está “disponível para a responsabilidade de governar”, mas rejeitou a possibilidade de compromissos políticos com o “actual” PS.
O deputado, que foi eleito por Santarém e encabeça novamente as listas da CDU às eleições legislativas pelo distrito, descartou uma eventual coligação com o PS “tal como hoje é conhecido”, afirmando a “disponibilidade para convergir” com todos aqueles que queiram afirmar uma política de esquerda.
“Essa não tem sido a vontade do PS, que procura aliados e entendimentos com a direita”, vincou.
O dirigente comunista referiu que o partido que representa “desenvolveu trabalho e cumpriu aquilo com que se comprometeu” e reclamou “uma outra política” para o país.
“O PCP não alinha em situações governativas que conduzam a situações como aquela em que nos encontramos e para onde fomos empurrados pelo PS, PSD e CDS-PP, partidos aos quais se convencionou chamar de arco da governação”, vincou.
António Filipe afirmou ser importante que os portugueses “pensem se querem mais do mesmo ou se confiam no PCP e na mudança de rumo”.
Com o objectivo de dar a conhecer a actividade desenvolvida nos 18 meses da XI Legislatura no distrito de Santarém, o vice-presidente do grupo parlamentar do PCP sublinhou dois aspectos que mais o preocupam e que mais tempo o ocuparam: “o desenvolvimento da produção nacional e o problema gravíssimo da falta de acesso a cuidados de saúde devido a uma falta gritante de médicos de clínica geral”.
Segundo António Filipe, que leva 22 anos como deputado, a situação “tem-se agravado” devido aos pedidos de aposentação de médicos e “as soluções que os responsáveis encontram é encerrar extensões de saúde”.
O responsável defendeu ainda uma “reindustrialização” do país e o desenvolvimento do tecido produtivo, aliado a um maior aproveitamento das potencialidades agrícolas, afirmando que esta é uma questão “decisiva” para o futuro nacional.
“Se isso não for feito nós não pagamos dívida nenhuma porque não teremos forma de criar riqueza”, vincou.
António Filipe concluiu apontando para as “lutas que continuam, independentemente da solução governativa que resulte das eleições” do dia 05 de Junho.
“Vamos continuar a lutar contra a imposição da introdução de portagens na A23, contra o encerramento de unidades de saúde e pela contratação de médicos de família, pelo apoio ao tecido empresarial e por mais e melhores serviços públicos”, assegurou.