terça-feira, 15 de março de 2016

Um poema por semana (11)


MENINO

 

No colo da mãe

 a criança vai e vem

 vem e vai

 balança.

 Nos olhos do pai

 nos olhos da mãe

 vem e vai

 vai e vem

 a esperança.

 

Ao sonhado

 futuro

 sorri a mãe

 sorri o pai.

 Maravilhado

 o rosto puro

 da criança

 vai e vem

 vem e vai

 balança.

 

De seio a seio

 a criança

 em seu vogar

 ao meio

 do colo-berço

 balança.

 

 

 

 

 

Balança

 como o rimar

 de um verso

 de esperança.

 

Depois quando

 com o tempo

 a criança

 vem crescendo

 vai a esperança

 minguando.

 E ao acabar-se de vez

 fica a exacta medida

 da vida

 de um português.

 

Criança

 portuguesa

 da esperança

 na vida

 faz certeza

 conseguida.

 Só nossa vontade

 alcança

 da esperança

 humana realidade.

 

Manuel da Fonseca, in “Poemas para Adriano”
 

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