sábado, 2 de outubro de 2010

TUDO É FOI (do Gedeão)

Fecho os olhos por instantes.

Abro os olhos novamente.

Neste abrir e fechar de olhos

já todo o mundo é diferente.



Já outro mar me rodeia;

outros lábios o respiram;

outros aléns se tingiram

de outro Sol que os incendeia.



Outras árvores se floriram;

outro vento as despenteia,

outras ondas invadiram

outros recantos de areia.



Momento, tempo esgotado,

fluidez sem transparência.

presença, espectro da ausência,

cadáver desenterrado.



Combustão perene e fria

Corpo que a arder arrefece.

Incandescência sombria.

Tudo é foi. Nada acontece.

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