sábado, 13 de agosto de 2016

Um poema por semana (33)

e às vezes as mãos doíam-nos  mas amávamos
o que construíamos  e dávamo-lo ao devir
mas há-de haver um tempoum tempo feito com as nossas mãos
em que um horizonte sem limites
penetrará pelas janelas adentro
dará uma nova cor aos nossos olhos 
fará nossos gestos mais lentos
mais cheios de música.
dias


dávamo-nos  o mundo era inteiro  era
o nosso rosto que víamos
e desenhávamos o caminho livre dos filhos

laranja amaciada pela ternura dos dedos
mesa medida pela fome que sentíamos
tudo era à medida humana
até a noite era um berço
que construíamos
como um ninho

e o tempo era limpo  alvoroçado
cantava  era sempre Abril
e Maio era grávido

era um país com olhos de menino
 
 
 
 
Setembro 03 2015
e às vezes as mãos doíam-nos  mas amávamos
o que construíamos  e dávamo-lo ao devir
dos dias

dávamo-nos  o mundo era inteiro  era
o nosso rosto que víamos
e desenhávamos o caminho livre dos filhos

laranja amaciada pela ternura dos dedos
mesa medida pela fome que sentíamos
tudo era à medida humana
até a noite era um berço
que construíamos
como um ninho

e o tempo era limpo  alvoroçado
cantava  era sempre Abril
e Maio era grávido

era um país com olhos de menino

Em Homem da Fábrica (Editorial Utopia)os dias


dávamo-nos  o mundo era inteiro  era
o nosso rosto que víamos
e desenhávamos o caminho livre dos filhos

laranja amaciada pela ternura dos dedos
mesa medida pela fome que sentíamos
tudo era à medida humana
até a noite era um berço
que construíamos
como um ninho

e o tempo era limpo  alvoroçado
cantava  era sempre Abril
e Maio era grávido

era um país com olhos de menino

Em Homem da Fábrica (Editorial Utopia)

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