segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Passei-me dos carretos


Com alguma regularidade escuto a seguinte frase de análise ao conteúdo da minha intervenção socio-politica. A frase “só sabem dizer mal” inclui também as organizações a que damos algum do nosso tempo, da nossa imaginação, do nosso saber, da nossa vida...

Este fim de semana apanhei dois caramelos que colocaram a minha actividade nos termos atrás referidos. Para além de dizer da bondade da actividade critíca, da coragem que é necessária a essa postura social e do esforço em apontar alternativas, passei-me dos carretos e passei à sátira: Para dizer bem, existem os consultores de imagem, as agências de comunicação e as empresas de eventos (todos bem pagos) que inflamam e divulgam “urbi et orbi” primeiro as ideias, depois os projectos, depois o lançamento da primeira pedra, depois o início da obra, depois a inauguração de 25% da construção, depois as visitas às obras, depois a inauguração formal, depois a entrada efectiva em funcionamento, depois uma série de aniversários...

Quando a obra não passa da ideia, quando até se perde o sitío da primeira pedra, quando passam anos sem obra concluída, quando encerra a unidade de saúde, quando aumentam os custos dos serviços públicos, quando encerra uma empresa, quando fecha a escola, quando “a coisa dá para o torto”, ninguém aparece, ninguém dá explicações, não estão disponíveis para a comunicação social...

Alguns lá arranjam formas buriladas para dizer que a responsabilidade é do excesso de chuva, do sol tórrido, da ambiente internacional, das cegonhas, das bactérias, do porteiro, da oposição, dos próprios ex-amigos, dos que relatam a realidade... enfim, eles é que não têm responsabilidades no que corre mal!

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