Recordo-me do lanche com dois amigos no dia 23 de 1974, na pequena pastelaria da Rua da Betesga, em que se discutiu a nacionalização dos seguros, porque a revolução estava a chegar.
Lembro-me do comboio vazio da Damaia para o Rossio e dos passageiros olharem para as instalações do Colégio Militar enquanto sussurram e ouviam pequenos rádios.
Frente ao Teatro D. Maria II, pelas nove da manhã, quando soube o que se passava, disse: "Já não vou à guerra". A liberdade e o fim da guerra colonial continuam a ser motivos de comemoração.
Toda a manhã desse dia de "chuva molha tolos", foi passada junto dos militares da Baixa. Com mais colegas de trabalho, bem jovens como eu, demos cigarros e alguma alimentação aos jovens soldados. O meu almoço foi em casa. Queria saber como estavam os meus pais. (Naquele tempo não havia telefones, quanto mais telemóveis).
A tarde foi toda vivida no Largo do Carmo e nas ruas adjacentes. Logo nesse dia participei em duas manifestações. Sempre escolhi o meu caminho. Estive lá por vontade própria e com a sensação de que se estava a fazer história. Linda!!!
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